quinta-feira, 29 de março de 2012

Resposta da Deputada Federal por São Paulo - Mara Gabrilli (PNE)

Segue abaixo, um perfil e a resposta da Deputada Federal por São Paulo Mara Gabrilli, sobre um e-mail que encaminhei para seu conhecimento e manifestação:

"Mara Gabrilli, 44 anos, é publicitária, psicóloga, deputada federal pelo PSDB, eleita nas Eleições 2010 com 160.138 votos, para a legislatura 2011-2014.

Ex-vereadora na Câmara Municipal de São Paulo (2007-2010). Nas Eleições 2008, quando reeleita vereadora, foi a mulher mais votada do Brasil com 79.912 votos. Entre 2005 e 2007, foi a primeira titular da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida da Prefeitura de São Paulo.

Fundou, em 1997, o Instituto Mara Gabrilli, OSCIP que apóia atletas com deficiência, promove o Desenho Universal, fomenta pesquisas científicas e projetos culturais.

Mara Gabrilli escreve uma coluna mensal para a revista TPM (Trip Editora) há oito anos, cujas 50 melhores crônicas foram reunidas no livro Íntima Desordem – os melhores textos na TPM (Arx e Versar). Além da TPM, mantém colunas na revista Sentidos (editora Escala) e no portal Vida Mais Livre. Comanda o programa de rádio Derrubando Barreiras: acesso para todos, na Eldorado AM, e o Momento Terceiro Setor, na rádio Trianon AM.

Foi consultora do livro Vai encarar? - A Nação (quase) invisível das pessoas com deficiência (Melhoramentos), de Claudia Matarazzo, e colaborou com o capítulo: “Educação para Todos: uma questão de direitos humanos” no livro Educação 2010 – as mais importantes tendências na visão dos mais importantes educadores (Humana Editorial), entre outras participações em publicações.

Em reconhecimento a sua atuação, foi eleita Paulistana do Ano (2007) pela revista Veja São Paulo, figurou entre os Cem Brasileiros Mais Influentes (2008) das revistas Isto É e Época, e foi finalista do Prêmio Claudia 2008 na categoria Políticas Públicas.

TRAJETÓRIA

Há 17 anos, Mara Gabrilli sofreu um acidente de carro que a deixou tetraplégica. Passou cinco meses internada – dentre os quais dois em respirador artificial – e recebeu uma nova condição para a vida: a impossibilidade de se mexer do pescoço para baixo.

Em 1997, fundou a ONG Projeto Próximo Passo com o objetivo de melhorar a qualidade de vida das pessoas com deficiência. Hoje, a ONG se expandiu e transformou-se no Instituto Mara Gabrilli. Suas conquistas recentes foram a ida de três atletas foram às Paraolimpíadas de Pequim e a colaboração, por meio do patrocínio para a vinda de uma cientista indiana para trocar experiência com a pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP) Lygia Pereira, o que resultou na primeira linhagem brasileira de células-tronco embrionárias, a BR-1.

Mara Gabrilli foi a primeira titular da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida (SMPED) criada em abril de 2005. Desenvolveu dezenas de projetos em diversas áreas: infra-estrutura urbana, educação, saúde, transporte, cultura, lazer, emprego, entre outros. Isso resultou no aumento de 300 para cerca de 3 mil do número de ônibus acessíveis com bancos largos para obesos e piso baixo; na reforma de 400 quilômetros de calçadas adaptadas, inclusive na Avenida Paulista, que com rampas, piso podo-tátil e semáforos sonoros, se tornou modelo de acessibilidade na América Latina; na criação de 39 núcleos municipais de reabilitação física e saúde auditiva; no emprego de mais de mil trabalhadores com algum tipo de deficiência; nas versões em braile ou áudio de todos os livros das Bibliotecas Municipais (Ler pra Crer); na ida de 14.000 pessoas com deficiência ao cinema, teatro e exposições; entre outros que só vêm crescendo em números nas gestões que a sucederam.

Em atuação na Câmara Municipal de São Paulo desde fevereiro de 2007, protocolou 60 Projetos de Lei que trarão mudanças na cidade para melhorar a qualidade de vida das pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, mas que, no fim das contas, beneficiarão a toda população.

Sete foram aprovados e são Leis Municipais. Entre eles os que criam os importantes programas para a metrópole: Central de Intérpretes de Libras e Guias-Intérpretes para Surdocegos (Lei 14.441/2007); a que torna Lei o Programa Municipal de Reabilitação da Pessoa com Deficiência Física e Auditiva, determinando a implantação de novos serviços de reabilitação nas 31 subprefeituras da capital (Lei 14.671/2008); o Plano Emergencial de Calçadas (PEC), que permite que a Prefeitura reforme e revitalize as calçadas em vias estratégicas onde estão localizados os diversos equipamentos públicos e privados essenciais à população – correios, escolas, hospitais, etc (Lei 14.675/2008)-; e a que cria o Programa Censo Inclusão, que prevê um levantamento detalhado com perfil sócio-econômico dos cerca de 1,5 milhão de pessoas com deficiência na capital paulistana (Lei 15.096/2010).

Com a experiência acumulada de ajudar a melhorar a vida das pessoas com deficiência na cidade de São Paulo, Mara decidiu expandir esse trabalho para todo o País e candidatou-se a deputada Federal, sendo eleita com 160.138 votos. Ela afirma querer transformar ainda mais, discutindo questões como inclusão educacional, acesso ao SUS, acessibilidade e pesquisas científicas em âmbito nacional: "Como vereadora esbarrava diariamente em questões de legislação nacional. São cerca de 30 milhões de brasileiros com algum tipo de deficiência e é preciso aumentar a conscientização das pessoas e realizar efetivas transformações, através de um trabalho específico nessa legislação."

Conheça mais detalhes de seu trabalho no Portal Mara Gabrilli: www.maragabrilli.com.br"


Sua resposta:

Prezado Fernando, boa tarde. Obrigada pelo contato e desculpe-me a demora de resposta. Recebo cerca de 300 emails por dia e, as vezes, a correspondência se acumula.

Parabéns pela superação e pelo trabalho.

A meu ver você nasceu e viveu durante os anos em que ocorreram mais mudanças no Brasil e no mundo no modo de enxergar as pessoas com deficiência. O ano internacional, seguido pela década, em defesa de nossos direitos determinado pela ONU foi 1980. O "nada sobre nós, sem nós", tornou-se a palavra de ordem que culminou com em 2006 com a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. Desde 2008, ratificada pelo Congresso com força de emenda constitucional.

Saimos do conceito assistencialista e do modelo de saúde, para um modelo social e de cidadania. E, ao mesmo tempo, conceitos como sustentabilidade também foram surgindo e transformando o mundo.

Porém, como bem sabemos não bastam as leis para mudar costumes. As mudanças culturais ocorrem aos poucos e ainda vemos muita falta de acessos nas ruas e edificações, transporte público sem acessibilidade, recusa de matricula de crianças com deficiência, empresas não cumprindo ou cumprindo a Lei de Cotas sem envolvimento, e por aí vai.

O senhor pode contribuir muito com a mudança nas empresas onde atua, com sua própria presença e conhecimento do tema. E também orientando as pessoas com deficiência sobre seus direitos, porque muitas ainda desconhecem ou confundem ter equiparação de oportunidades com assistencialismo. Recebo muitos pedidos ainda de pessoas que querem gratuidade em tudo, por exemplo. Aceitam uma cadeira de rodas péssima do SUS mas brigam para ir no show da Ivete Sangalo de graça.

O plano Viver sem Limites é ambicioso e pode trazer muitas conquistas. Vamos acompanhar de perto e cobrar as ações e investimentos prometidos. Há 20 anos, estamos no olho do furacão. ´Vemos mudanças mas não na velocidade que queremos. É um processo continuo, permanente e sem descanso.

Irei visitar seu blog. Acompanhe meu trabalho, mantenha contato e envie críticas e sugestões.
Um abraço, Mara".

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