sexta-feira, 11 de novembro de 2011

O início... em resumo.. (2)

continuando..

Pois bem, este período que estive em tratamento em São Paulo, embora eu fosse bem pequeno, tenho algumas lembranças bem interessantes..
Minha mãe (que merecerá um post especial), nessa época, para poder me acompanhar deixou minhas outras duas irmãs, uma mais velha outra mais nova, aos cuidados do pai e de outros parentes...
Fomos eu, ela e uma auxiliar, (muitas vezes também acompanhada por uma sobrinha), para a metrópole paulista.
Cabe aqui referir que meu pai, em função de trabalho, (inclusive para ajudar na manutenção de todas as despesas), nos acompanhava sempre que possível..
Isso, portanto, quer dizer que em muitos momentos minha mãe tinha que enfrentar essa situação difícil, numa época de muito poucos recursos médicos e de comunicação, sozinha..
Lembro vagamente do apartamento que alugamos para nossa permanência lá.. e a situação que me encontrava. Num primeiro momento gessado em ambas as pernas, com uma tala no meio, sem possibilidade de grande mobilidade, tudo para poder ajudar na cicatrização das cirurgias.
Eu hoje imagino, quão deve ter sido penoso para minha mãe ter que me dar carinho, atenção e me ajudar, (uma criança de 03 ou 04 anos), em cima de uma cama não podendo "se mexer".
Cabe referir que naquela época, diferente de hoje em dia, não havia internet, celular e etc...
Os únicos divertimentos era uma pequena tv colorado RQ, preto e branca, para ver os poucos programas de televisão que haviam..
Como consolo, minha mãe acompanhava o movimento, muitas vezes pela janela do apartamento, já que o prédio era vizinho da sede da Rede Globo em São Paulo. Portanto, todos os programas de auditório da época eram ali realizados, causando aquele "frisson" dos artistas mais famosos do momento.
Tenho também lembranças das sessões de fisioterapia na ABBR, especialmente na piscina, após o período de cicatrização e sem as talas e as botas de gesso..
Era um momento de grande felicidade e satisfação..
Acho que foi especialmente neste período que fui desenvolvendo com minha mãe uma relação afetiva muito particular, de amor, cumplicidade, amizade e parceria, que durou até seu recente falecimento...

continua...

2 comentários:

  1. Fernando tenho o prazer de te enviar este comentário reconhecendo teu trabalho que está parcialmente exposto neste blog. Como pai, espero que por este meio possas externar para todos alguns fatos mais a respeito da tua vida, principalmente na nossa família.Beijos do teu pai, que muito de admira como cidadão, profissional e pelo teu caráter. Com amor

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  2. Querido irmão, estou emocionada ao ler o teu relato, mesmo estando sempre ao teu lado como a irmã caçula, acho que muitas coisas eu não entendia, talvez até pela nossa diferença de idade tão pouca. Vejo esta abertura como a transformação de uma lagarta em uma linda borboleta. O casulo se rompeu e agora é hora de voar.
    Parabéns, segue em frente com o teu relato, pois fiquei surpresa e emocionada com tudo que tu escreveste até agora.
    Te amo e admiro muito, conta comigo!

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